Dia do Tropeiro – um resgate à cultura do interior

Dia 22 de maio é comemorado no estado de São Paulo o Dia do Tropeiro. A data é uma homenagem a um povo de grande importância para a cultura e economia do Brasil e pelo desenvolvimento de dezenas de cidade do nosso interior, algumas no entorno dos empreendimentos da Momentum. Conheça um pouco dessa história e algumas curiosidades que mantêm as tradições vivas até hoje.

22/05/2015

Dia do Tropeiro – um resgate à cultura do interior

Dia 22 de maio é comemorado no estado de São Paulo o Dia do Tropeiro. A data é uma homenagem a um povo de grande importância para a cultura e economia do Brasil, responsável por comercializar e transportar produtos, além de difundir ideias pelo país adentro.

Por volta do século 18, quando ainda sequer existiam estradas e ferrovias, o transporte de gado e de mercadorias era feito no lombo de burros e mulas (conhecidos como muares) conduzidos por tropas – daí o nome tropeiro – que partiam do Rio Grande do Sul para abastecer outras regiões do país. A proposta era abrir caminhos por áreas onde não havia alternativas de distribuição por via marítima ou fluvial.

Um dos caminhos mais importantes para a história de São Paulo foi o Caminho de Viamão, que ligava Viamão, no Rio do Grande do Sul, a Sorocaba, em São Paulo. Os tropeiros traziam muares do sul – região em que havia maior concentração de animais mais robustos – para vender na Feira de Muares de Sorocaba – o maior ponto desse tipo de comércio até o século 19, que reunia povos de todo canto do País, e até do exterior, para comercializar animais.

Essas viagens eram uma verdadeira odisseia, repletas de aventuras e riscos que reuniam casos de enfrentamento de chuva, falta de comida, perda de animais ou até mesmo perda da rota, tudo em prol da garantia de subsistência e do desenvolvimento do país.

Eles foram os grandes responsáveis pelo aquecimento da economia do Brasil na época, pelo surgimento de novos povoados que nasciam a cada pouso de viagem – destacando dezenas de cidades do interior de São Paulo, contribuíram para consolidar o domínio português por conta dessa penetração interiorana, influenciaram a integração efetiva do sul ao restante do país graças ao comércio de animais, foram responsáveis por conectar cidades, transportar modismos, enfim, por difundir a cultura brasileira.

Tropeiro 1 Tropeiros
Foto 1 (Fonte: historiandonovestibular.blogspot.com.br)
Foto 2 (Fonte: historiasvalecai.blogspot.com.br)

Resgate da cultura hoje em dia

A Tropeada Paulista é um evento anual que reúne cavaleiros de diversas regiões do interior para refazer o trecho paulista do antigo caminho de Viamão. Os participantes percorrem o trajeto de Itararé a Sorocaba, a fim de reconstruir as experiências antigas e manter viva essa cultura.

Sorocaba
Para este mês de maio/2015, a prefeitura de Sorocaba preparou uma agenda de eventos e divulgou informações sobre a Tropeada - que já está em plena viagem - no seu site. Para conhecer a programação e a rota por onde passarão os cavaleiros, clique aqui.

tropeiros - sorocaba.sp.gov.br

Boituva
Pertinho dos empreendimentos da série Ninho Verde, a cidade de Boituva abriga o Museu do Tropeiro, que reúne centenas de objetos antigos e fotografias provenientes da época, com o objetivo de difundir a história da região.

Nos últimos dias, alunos da rede municipal da região visitaram o museu para conhecer melhor essa cultura e assistir à palestra “A Importância do Tropeiro na História do Comércio Nacional”, ministrada pelo Sr. Isael Cruz, filho e neto de tropeiro e idealizador do local.

O museu é aberto ao público e fica na estrada do Jerivá, n. 140 – zona rural de Boituva. Vale a pena conhecer.

tropeiro 2 Foto 1 - Museu do Tropeiro - Boituva (Fonte: boituva.sp.gov.br)
Foto 2 - Museu do Tropeiro - Boituva (Fonte: g1.globo.com)

Curiosidades

- Porangaba é uma cidade de origem tropeira, surgida em meados do século 18, às margens do caminho que ligava Botucatu à Sorocaba, onde acontecia a importante Feira de Muares. Então conhecida como Sertão de Santo Antonio do Rio Feio, era parada obrigatória dos tropeiros para descansar da jornada e repor seus mantimentos antes de seguirem viagem.
Hoje em dia, Porangaba promove eventos relacionados ao tropeirismo durante o mês de junho, em que é comemorado o aniversário da cidade.

(De pensar que o empreendimento Ninho Verde II só existe porque um dia tropeiros desbravaram esse lugar... \o/ )

- A expressão “dar com os burros n’água” é de origem tropeira. Quando o rio ficava cheio demais, impedia a travessia. Sendo assim, eles diziam que “deram com os burros n’água” e optavam por esperar a água baixar, para seguirem com segurança.

- “Picar a mula” é outra forma de falar da época que designava a divisão das centenas de animais, vindos dos caminhos do sul, em grupos menores para a venda em Sorocaba.

- A expressão “queimar o alho” surgiu na época como uma brincadeira das esposas de tropeiros que queriam saber quem iria cozinhar nas viagens, uma vez que peão não sabia cozinhar, e sim queimar o alho. A expressão se perpetuou e deu nome a um evento gastronômico atual que acontece em diversas feiras agropecuárias.

Comida: o arroz carreteiro e o feijão tropeiro nasceram de uma necessidade. Na época, esses homens precisavam de alimentação fácil de preparar e com bastante “sustança” para repor as energias. Carregavam o básico para comer no caminho, como feijão, arroz, carne seca, farinha, e toucinho. Para se ter ideia, o feijão era preparado logo de madrugada, para o café, com toucinho e farinha de milho, e parte dele era guardado para o almoço. E não é que esse improviso ficou bom? Tão bom que hoje é sucesso na culinária brasileira.
Vivam os tropeiros!

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